sexta-feira, 10 de agosto de 2012

O ESPÍRITO DA PROSA: Uma autobiografia...O que leva um escritor a escrever? Livro de Cristovão Tezza (literatura sulista - Santa Catarina\Paraná)



[...] É provável que todo escritor que trabalhe em graus diferentes de entrega, atendendo a um e outro leitor, em ondas sutis, talvez mais pelo acaso da criação que por uma suposta consciência determinante ou uma escolha objetiva. Enfim, pensar a literatura é pensar o seu leitor, ou mais propriamente os seus leitores-nós mesmos, e os que espiam pelo nosso ombro, em segredo, o que escrevemos. O desejo de agradar a esses olhos, ou apenas a sombra às vezes hostil a este desejo, também move (às vezes perigosamente) a nossa mão.
CRISTOVÃO TEZZA. O espírito da prosa: uma autobiografia. Rio de Janeiro\São Paulo: Editora Records, 2012, página 61.


Com marcantes passagens autobiográficas, Tezza, em um ensaio não acadêmico, investiga a sua formação de escritor e o que fazia a cabeça de sua geração, nos tumultuados e transformadores anos 60 e 70. Ele examina o impacto de certos autores na sua visão literária, o imaginário utópico daquele tempo, o peso da influência acadêmica no ideário estético dos anos préinternet e suas consequências na prosa brasileira. 
Enfrentando as variáveis existenciais que marcaram sua vida, Tezza mergulha no processo de criação, tentando responder a pergunta que muitos leitores e aspirantes a escritores se fazem: o que leva alguém a escrever?


Cristovão Tezza (1952, Lages, Santa Catarina) é escritor, professor da Universidade Federal do Paraná e colaborador da Folha de S.Paulo e da revista Veja. Em 2007 publicou O filho eterno, romance baseado na relação com um de seus filhos, que tem síndrome de Down. O livro recebeu os prêmios Portugal Telecom, Bravo! e Jabuti de 2008, foi publicado na Itália e será traduzido para inglês, francês e espanhol. Há mais de trinta anos em Curitiba, o escritor elegeu a cidade como pano de fundo de seus romances, caso de Trapo (1988), seu livro de estreia, e de O fotógrafo (2004). Este livro, que conta as histórias interligadas de cinco personagens durante um único dia, venceu o Bravo! e o prêmio da Academia Brasileira de Letras. 



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